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Gente Nossa | Manuel Marques

Fotos: Francisco Melim | Texto: Catarina Peixoto

COM 71 ANOS DE IDADE E 27 ANOS DE EXPERIÊNCIA AO VOLANTE, MANUEL NÃO GOSTA DE ESTAR PARADO NA PRAÇA E PREFERE A AGITAÇÃO DAS RUAS MOVIMENTADAS DA CIDADE. 
MORADOR DE CAMPOLIDE HÁ QUASE CINCO DÉCADAS, CONHECE LISBOA COMO A PALMA DA SUA MÃO.

Manuel Marques começou a trabalhar como taxista em 1997, em part-time. Trabalhava numa outra empresa e à noite acumulou este serviço durante cerca de oito anos. Em 2005 decidiu dedicar-se a tempo inteiro à profissão de taxista e primeiro esteve cerca de vinte anos ligado à Retális – Rádio Táxis de Lisboa. Hoje em dia, trabalha para a Autocoope. Morador em Campolide há quarenta e sete anos, veio para a freguesia quando se casou e aqui criou os seus três filhos, que lhe deram cinco netos. Hoje, com 71 anos, conta que conhece bem a cidade de Lisboa e a freguesia em particular. “Conheço bem a área e Lisboa em geral, também”. Para além do transporte de passageiros, Manuel também trabalha para uma empresa de merchandising que expõe os seus produtos nos museus e palácios. É, aliás, este serviço, aquele que lhe ocupa grande parte do seu tempo e no qual faz a receção e transporte de mercadoria através do seu táxi.

São vinte e sete anos a transportar passageiros e algumas histórias para contar, por exemplo, a de uma senhora que estava prestes a dar à luz e que Manuel levou para o Hospital D. Estefânia. “Ela estava já em estado muito grave”. Por outro lado, revela satisfeito que “assaltos, nunca tive” nem problemas de maior. Explica ainda que não é «cliente» do aeroporto, isto porque, diz ele em tom de confidência, não consegue estar muito tempo parado à espera num determinado local. “Eu gosto de trabalhar.” Manuel aprecia viver a vida em movimento e talvez seja por isso que só faz uma semana de férias por ano. “Eu gosto da agitação do trânsito, gosto de andar à procura do cliente”. Trabalha todos os dias, sábados e domingos incluídos, e não faz folgas. Se, por algum motivo, o carro tiver que ir para a oficina e Manuel não for trabalhar, confessa que fica “um bocado stressado, porque não tenho qualquer atividade para fazer”. Prefere fazer muitos quilómetros por dia, porque estar parado na praça “mexe com o meu sistema nervoso”.

Apesar de frisar várias vezes que “gosto é de girar”, Manuel faz da Praça de Táxis situada na Rua Marquês de Fronteira a sua base. Ao voltar dos serviços passa por outros pontos estratégicos da cidade e depois regressa
para Campolide. Conta que, na vida de um taxista, a insegurança existe sempre, mas hoje, no seu caso, está minimizada porque trabalha durante o período do dia. Manuel é uma pessoa reservada, por isso não costuma
meter conversa com os seus clientes e espera que sejam
eles a quebrar o gelo e a encetar diálogo. Grande fã da Rádio Comercial, a música acompanha-o para todo o lado e conhece bem os outros taxistas da praça, com quem estreitou laços durante a pandemia. “Aproveitámos
para nos conhecermos melhor, porque não havia trabalho.” Nesse período, apesar de não terem clientes, permaneciam na praça à espera e punham a conversa em dia. “Foi uma época muito difícil”, conta, recordando.
Hoje em dia, Manuel e os seus colegas de profissão lidam com a concorrência dos TVDE, que tiram muito serviço aos táxis. No entanto, não se deixam desanimar. Manuel continua a girar por toda a cidade, porque é em movimento que se sente bem.

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