OBRAS | Obras na freguesia: Vila Romão da Silva | Obra de requalificação

Fotos: Francisco Melim | Texto: Catarina Peixoto

CONSTRUÍDA EM 1900, A VILA ROMÃO DA SILVA É UM DOS PÁTIOS E VILAS HISTÓRICOS DA NOSSA CIDADE, QUE SERVIU COMO ALOJAMENTO OPERÁRIO. O NASCIMENTO DESTE TIPO DE ACOMODAÇÃO NA CIDADE DE LISBOA REMONTA À ÉPOCA DO PROGRESSO INDUSTRIAL, A PARTIR DO QUAL FOI NECESSÁRIO CRIAR RESPOSTA PARA A QUANTIDADE DE OPERÁRIOS A PRECISAR DE ALOJAMENTO NA METRÓPOLE.

Hoje em dia, ainda restam poucos exemplos desta solução urbana e os pátios e vilas resistentes ao tempo e à demolição tornaram-se portadores de um cunho de memória urbana e sociológica, da qual a Vila Romão da Silva faz parte. Nos últimos 20 anos, a vila não teve qualquer intervenção e, nesse sentido, por projeto da Câmara Municipal de Lisboa, executado em conjunto com a Junta de Freguesia de Campolide, foi decidido que a Vila Romão da Silva iria beneficiar de obras de requalificação para preservar a sua memória histórica e, acima de tudo, garantir mais condições de vida aos atuais moradores.

Mantendo as características originais, tem-se procedido à reabilitação e recuperação das habitações de acordo com os atuais padrões urbanos, dotando-as de condições de resistência aos sismos, conforto térmico e condições de habitabilidade. Miguel Belo Marques, presidente da Junta de Freguesia de Campolide, partilha que têm havido os melhores esforços para tentar agilizar a intervenção para os moradores, com o menor impacto negativo na vida das pessoas. “Nós temos tido sempre o cuidado de acompanhar a obra em proximidade, quer a parte física da obra, quer também os impactos que está a ter no pátio e nos moradores.”

As obras de requalificação têm estado a cargo do grupo Openline, no âmbito do programa Pátios e Vilas da Câmara Municipal de Lisboa, que está a recuperar várias vilas, entre as quais também a Vila Elvira, em Campolide. A obra da Vila Romão da Silva, iniciada em junho de 2022, representa um investimento de 4,5 milhões de euros, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, e foi concebida pelo anterior Executivo. O projeto inclui intervenções em todas as trinta e cinco casas, bem como nas frações não habitacionais, que englobam um anfiteatro e as instalações da sede do Sport Lisboa e Amoreiras.

O novo polo cultural, integrado na rede “Um teatro em cada bairro”, irá funcionar sob gestão da Junta de Freguesia e irá contar com uma programação diversificada, com exposições e espetáculos. Com capacidade para 80 pessoas, o anfiteatro possui uma abertura para o interior da vila, o que proporcionará momentos únicos culturais, contribuindo para a revitalização do espaço comunitário.

A maioria dos fogos habitacionais irão ser ocupados pelos anteriores residentes, mas os que ficarem livres irão entrar no programa Renda Acessível da CML, onde a atribuição das habitações é realizada através de concurso por sorteio, respeitando a ordem e as preferências das habitações indicadas por cada candidato. A obra tem recebido a visita do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que destacou a importância desta intervenção para a cidade, tornando-a um local onde todos possam viver, preservando a identidade única de Lisboa e valorizando os seus bairros e vilas históricas. Este projeto representa um importante passo para a nossa Freguesia, promovendo a valorização do património e proporcionando mais qualidade de vida aos moradores e à comunidade.

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