A loja onde vou: Livraria Letrograma

Fotos: Mariana Branco | Textos: Diana Correia Cardoso

O espaço não é antigo, nem as coisas que lá se vendem são todas antigas. No entanto, com um pouco mais de um ano de existência é uma das casas de comércio existentes na freguesia “que lhe dá personalidade”, argumenta Maria Elvira Nereu. A senhora de 81 anos é uma das clientes habituais do alfarrabista Pedro Fialho. Morando ali perto, o cheiro a livros antigos e a curiosidade atraiu-a, passando a frequentar o espaço com alguma regularidade. Sentada junto à secretária, no interior da loja, partilha com Pedro um dos livros que anda a ler. “Vem muitas vezes para consultar as novidades, folhear novos livros, dar uma vista de olhos na montra e fala um bocadinho comigo”, diz o alfarrabista de 39 anos.
Compra essencialmente livros de poesia e alguns relacionados com história. “Depende do que haja”, comenta a senhora, às gargalhadas. “Compro o que não tenho ou o que já tive e perdi, o que tenho na memória de que já tinha lido e não li, e o que quero ter. Também há livros que venho buscar porque ando com alguma ideia e para isso preciso de me documentar”.
Como o próprio nome indica, é inspirado no livro Ideogramas de E. M. de Melo e Castro. Tal como essa obra foi um marco de liberdade de expressão e inovação na história da escrita portuguesa, Pedro assumiu como meta replicar esse espírito através da “democratização dos livros”. Não tem como objetivo “vender livros ao grama como se vende batatas”, mas sim “divulgar altas figuras da literatura portuguesa e personalidades históricas e políticas portuguesas e internacionais”. Além dos livros de todos os géneros para todos os gostos, a loja funciona em mais duas vertentes. A venda de arte moderna e contemporânea em segunda mão, isto é, pinturas de artistas já consagrados como é o caso de Benedita Kendall e José Pádua. A outra vertente é a música, que se repercute na venda de vinis e CDs de todos os géneros.
A política de porta aberta implementada na Letrograma é chamativa. Os clientes são de todas as faixas etárias e vêm de todas as partes de Lisboa, também para vender livros. Para muitos, este já era um local de paragem. Anteriormente no espaço já se encontrava uma livraria alfarrabista, chamada Khoronosbazaar. Pedro, sendo cliente e conhecendo os antigos proprietários decidiu abrir ali o seu negócio. Trabalhou durante 14 anos na área da consultoria de gestão, mas o seu “espírito de colecionador” falou mais alto. Sempre foi bibliófilo e foi a partir do seu núcleo de coleção de livros raros que construiu a Letrograma.
Na loja podemos encontrar verdadeiras raridades como é o caso da coleção de livros de banda desenhada de Tintin, um dos artigos mais caros. Porém, a verdade é que não podemos julgar os livros pela capa. Nem todas as raridades têm de ser dispendiosas. O alfarrabista tem preços desde 1 euro até 2 mil euros. Na montra, onde muitos param, encontramos uma peça de teatro de Almada Negreiros, da década de 50 e a tese de doutoramento de Tomás Taveira, a valores acessíveis.
Livraria Letrograma
Calçada dos Mestres n.º 12A
2ª a 6ª: 9h30 às 13h00
14h30 às 19h00
Sábado e Feriados: 9h30 às 13h00
Telefone: 215 815 900/ 911 581 454
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